Estratégia de Investimento Semanal (13 de maio)

Estratégia de Investimento Semanal (13 de maio)

13.05.2024

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Fase lateral, mas retrocessos improváveis. Inflação americana na quarta-feira. Um pouco de aborrecimento até à reunião do BCE, a 6 de junho.”

Bom tom na semana passada, potenciado na quinta-feira por um BoE mais brando.- Em grande número, tivemos uma semana de ca. +2% Wall St (S&P500) e +3% Europa (ES-50). Não está mal. O apoio principal veio de um fator inesperado: abordagem dovish/suave do governador do BoE (Bailey), na quinta-feira, ao afirmar que provavelmente aplicarão mais descidas de taxas de juros do que as esperadas pelo mercado. Assim, abriu a porta para aplicar a primeira na reunião a 20 de junho, e não a 1 de agosto, que é quando parecia mais provável. Também contribuiu a publicação, na sexta-feira, de um PIB 1T britânico melhor do que o esperado (+0,2% vs +0,1%). Mas o importante foi a abordagem branda sobre taxas de juros. Porque, se ocorre como Bailey insinuou, junho poderá ter 2 descidas de taxas de juros por parte de 2 b.c. altamente influentes: BCE (06/06) e BoE (20/06). E isso melhoraria a sensação (e esperanças) do fundo do mercado, que é pró-bolsas e pró riscos há muito tempo. Passou relativamente despercebida a consolidação das yields das obrigações, inclusive com uma tendência a reduzir-se, mas isso não significa que não tenha importância. Além disso, o facto dos resultados empresariais do 1T terem superado as expetativas por uma margem razoável, embora não excessiva: com ca. 90% das empresas do S&P500 já publicadas, o EPS médio é +7,1% vs +4,2% esperado. Não é excecional, nem diferencial em relação a trimestres anterior, mas contribuiu para cimentar a solidez do contexto do mercado. Principalmente, das bolsas. Por tudo isso, estas evoluíram melhor do que o esperado. :: Esta semana, tendência de nivelamento, com um evento-chave: a inflação americana de quarta-feira.- Temos um único evento realmente importante esta semana (IPC americano de quarta-feira) e, de seguida, junho poderá ter 2 descidas de taxas de juros (BCE e BoE) que voltariam a animar um mercado que tende a perder impulso à medida que maio avança. O ditado “sell in May and go away” (“venda em maio e afaste-se”) é mais um mito do que um padrão rigorosamente respeitado, mas é inegável que influencia o ciclo do mercado. Após os avanços bastante generosos acumulados até agora, em 2024, o mercado tende a ficar deficiente de referências. Por isso, a inflação americana de quarta-feira é particularmente importante… … no caso de haver uma subida desde +3,5%, apesar de que se espera que retroceda até +3,4%, o que será bastante pró-bolsas. Por isso, as sessões de hoje e amanhã serão quase de trâmite e à espera desse dado. Se sair no intervalo +3,4%/+3,5%, não acontecerá nada e o mercado continuará a consolidar em positivo. Só se sair a +3,6% ou superior é que reagiria a retroceder um pouco, mas não significativamente. Nota-se uma Fed cada vez mais dura. Este fim de semana, L. Logan (Fed Dallas) afirmou que poderá ser demasiado cedo para pensar em fazer descidas. E depois de quarta-feira? Ficaremos na expetativa de verificar se o BCE (06/06) e BoE (20/6) fazem descidas. Se não dececionarem, então o mercado poderá voltar a animar-se um pouco.

 

Obrigações: “O IPC americano marcará o rumo da semana.”

Após duas semanas de b.c., o foco volta aos preços dos EUA. Na quarta-feira, publica-se o IPC americano e o consenso espera uma subida milimétrica na taxa geral, enquanto a subjacente mantém a tendência de abrandamento. Os dados de emprego de abril geraram certo otimismo no mercado, que desconta, agora, 2 descidas da Fed. Contudo, esta mudança de perspetivas para melhor pode reverter-se se a inflação dececionar. Esta semana, veremos um movimento lateral nas rentabilidades. Na Europa, o Bund espera pela reunião, a 6 de junho, do BCE, onde o b.c. poderá começar o ciclo de descidas de taxas de juros. Já nos EUA, estaremos pendentes do IPC e, se rompe a lateralidade na yield, seria com um movimento em alta. Int. semanal estimado T-Note: 4,45%/4,55%. Int. (semanal) estimado yield do Bund: 2,47%/2,57%.

Moeda: “Diminui a pressão sobre o dólar.”

EuroDólar (€/USD) 
O dólar perde pressão e o câmbio mantém-se no intervalo estreito. Novos indícios de relaxamento do mercado laboral nos EUA renovam a expetativa de descidas de taxas de juros este ano. Esta semana, melhoria do IPC deverá continuar a aliviar a pressão sobre o dólar. Int. est. (semana): 1,07/1,08.

 

EuroLibra (€/GBP) 
Como se esperava, o BoE manteve taxas de juros (5,25%), o governador falou de descidas na próxima reunião de 20 de junho, o que deverá debilitar a libra, mas compensa-se com o PIB que regressa ao crescimento no 1T (+0,2% a/a). Int. est. (semana): 0,855/0,865.

 

Eurosuizo (€/CHF) 
Semana de escassas referências macro na Suíça (teremos apenas a Confiança do Consumidor, hoje, e Preços de Produção na terça feira). Se não houver surpresas, continuaremos a ver o franco no intervalo lateral mantido nos últimos dois meses. Int. est. (semana): 0,966/0,983.

 

EuroYen (€/JPY) 
Conheceremos o PIB 1T do Japão. Espera-se um retrocesso de -1,4% (t/t) vs 0,4% ant. Esta debilidade na economia dificulta que o Banco do Japão possa acelerar o endurecimento da sua política monetária. O yen manter-se-á fraco. Int. est. (semana): 168,4/167,3. EuroYuan(€/CNH) 
A macro chinesa (Vendas a Retalho e Prod. Industrial) será construtiva esta semana e ajudará a travar o recente debilitamento do yuan face ao euro. O mais lógico é uma consolidação do câmbio próxima dos seus níveis atuais. Int. est. (semana): 7,78/7,81.