Estratégia de Investimento Semanal (14 de junho)

Estratégia de Investimento Semanal (14 de junho)

19.06.2024

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “É a vez do BoE e do SNB, provavelmente dovish. Dados de atividade a melhorar. Bolsas apoiadas.”


Semana passada a 2 velocidades. Fed sem surpresas e inflação a moderar-se nos EUA, enquanto Europa acusa maior incerteza política. – Na semana passada, as bolsas moveram-se de forma descoordenada, com subidas nos EUA e quedas na Europa. Nos EUA, celebraram o bom dado de inflação de maio, que surpreendeu positivamente ao moderar-se até +3,3% a/a (vs +3,4% esperado e anterior). E o mais importante, converge já praticamente com a taxa subjacente, em +3,4% a/a (vs +3,5% esperado e +3,6% anterior). Por outro lado, a Fed cumpriu o guião. Manteve taxas de juros em 5,25%/5,50% e confirmou o esperado atraso nas descidas de taxas de juros. O diagrama de pontos marca agora apenas uma descida de -25 p.b este ano (vs 3 ou -75 p.b. anteriormente). Além disso, continuam as boas notícias na frente empresarial. Broadcom publicou bons resultados e guias, dando alas ao setor de semicondutores (+6% na semana). Europa, contudo, acusou a maior incerteza política, após as eleições para o Parlamento Europeu, que provocaram eleições antecipadas em França, a demissão do Primeiro-Ministro belga e o debilitamento do governo alemão.

É a vez do BoE e SNB, provavelmente com tom dovish. PMIs a melhorar e a apoiar as bolsas.- Nesta semana continuaremos a ter bancos centrais. É a vez do Reino Unido (BoE) e Suíça (SNB), além dos de segunda linha (Austrália, Brasil, China e Noruega), e é provável que mantenham um tom dovish (suave). O BoE poderá deixar em “stand by” a primeira descida de taxas de juros, para não interferir nas eleições antecipadas para o Parlamento britânico (4 de julho). No entanto, aponta para uma descida na próxima reunião (agosto). Seria o razoável, tendo em conta que o IPC poderá situar-se já em +2,0% em maio (vs +2,3% a/a anterior). No caso do SNB, não é 100% descartável que baixe taxas de juros (vs 1,50% atual), para evitar a apreciação da sua divisa face ao euro, e visto que a inflação está controlada (+1,4% em abril). Se não o fizer nesta reunião, será provavelmente na próxima.
Na frente macro, teremos dados de atividade económica, como PMIs nas principais economias, inquérito ZEW de Expetativas, na Alemanha, e Indicador Adiantado, Vendas a Retalho e Produção Industrial, nos EUA. Espera-se que continuem a apontar para uma melhoria da economia e, portanto, dos resultados empresariais, mas sem ser o suficientemente bom para atrasar ainda mais as expetativas de descidas de taxas de juros.

Em suma, as bolsas continuam muito apoiadas, pelo menos nos EUA, onde as perspetivas de taxas de juros se estabilizam e melhoram as previsões em resultados empresariais, que poderão acelerar até +8,9% no 2T a/a vs +7,8% no 1T. Europa poderá recuperar após as quedas da semana passada, embora continue prejudicada pela grande incerteza política, pelo menos até ao final das eleições francesas (7 de julho).