Imagen

Estratégia de Investimento Semanal (14 Janeiro)

17.01.2022

Escrito por: Bankinter Portugal

 

Na semana passada, as bolsas continuaram a ajustar-se ou a digerir a abordagem mais severa da Fed.

Powell, na terça-feira, moderou o debate sobre uma possível redução no balanço da Fed, mas o tom mais hawkish dos diferentes membros durante a semana dissipa dúvidas sobre uma primeira subida das taxas de juro em março até um total de três, talvez quatro no ano.
Um IPC nos EUA de 7,0% em dezembro, publicado na quarta-feira, contribui para consolidar as expetativas deste movimento.
A yield da T-Note subiu apenas +2 pb na semana passada até 1,78%, mas em 2022 subiu +27 pb e as bolsas, especialmente os setores de crescimento como a tecnologia, acusam o ajuste. O saldo da semana não é catastrófico, mas mostra que o mercado ainda se encontra numa fase de recalibração: ES-50 -0,8%, S&P500 -0,3%, Nasdaq100 +0,1%.
É de notar a recuperação do Nasdaq, que subiu em todas as sessões, excepto na quinta-feira, para terminar flat na semana.

A próxima semana deverá trazer alguma tranquilidade ao mercado.

O ruído de fundo da Fed será moderado, uma vez que entra na fase de blackout antes da reunião de 25/26 de Janeiro, o que significa que não podem ser feitas declarações públicas e os resultados empresariais ocupam o lugar central.
A publicação de resultados começa, com mais intensidade nos EUA, com um aumento esperado do EPS do S&P500 de +19% no 4T 2021. O guidance para 2022 deverá ser construtivo e isto devolverá alguma perspetiva às bolsas. 
Na frente macro, a semana não será muito intensa com os EUA fechados na segunda-feira devido ao Dia de Martin Luther King. Destacam-se alguns indicadores avançados em ambos os lados do Atlântico.
Na Europa o ZEW alemão mostrará uma recuperação das Expetativas e nos EUA o Empire State Manufacturing e o Indicador Avançado irão enfraquecer ligeiramente, mas mantendo níveis elevados com uma perspetiva histórica.
Na Ásia, a China reduziu as taxas de juro de surpresa, na segunda-feira (-10 pb até 2,85% a 1A) após indicadores que mostram uma clara desaceleração. 
Pelo contrário, no Japão, poderemos ver um tom mais duro do BOJ na terça-feira, embora sem implicações significativas nas yields das obrigações e no iene.
 
Tudo somado, esperamos um tom mais sereno nas bolsas, com uma tendência altista se os resultados empresariais correrem como esperado.
Historicamente, os índices globais alcançaram retornos positivos apesar das subidas das taxas de juro reais, quando o crescimento económico tem sido positivo. Desta vez não deverá ser diferente.

 

Abrir Conta