Estratégia de Investimento Semanal (24 de junho)

Estratégia de Investimento Semanal (20 de junho)

24.06.2024

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Normalidade construtiva. O mercado não necessita de nada de especial para continuar a subir. Sexta, inflações.”



Semana passada em ziguezague, mas saldo líquido positivo e com as obrigações mais tranquilas.

O mais importante foi este último: que as obrigações não deram problemas. Porque França emitiu obrigações a médio e longo prazo, na quinta-feira, num valor relevante (10.500M€) e, tendo em conta o seu delicado contexto político, perante as eleições antecipadas de 30 junho/7 julho, temia-se que a aceitação fosse fraca e que as obrigações soberanas francesas subissem as yields. Mas o impacto foi residual, mantiveram a rentabilidade da sua O10A em torno dos 3,15%, similar a Portugal, que onde já tina estado a 10 de junho, exatamente depois das eleições europeias. Por isso, sem tensões adicionais nas obrigações.E a Suíça baixou as taxas de juro pela segunda vez na quinta-feira (-25pb, até 1,25%), recordando-no, assim, que, apesar de tudo, as taxas de juro caem, ainda que seja pouco e tarde. Também se reuniu o BoE (R.Unido), mas adiou o seu pirmeiro corte até depois das eleições antecipadas de 4 de julho, como esperado. E a macro americana trouxe-nos um saldo misto (PMIs bem vs Indicador Adiantado fraco), com uma interpretação prática boa para bolsas. O mercado manteve-se mais tranquilo do que o esperado, considerando as tensões políticas em França e a invitável cautela perante os avanços acumulados pelas bolsas, especialmente suportadas pela tencologia.

Esta semana deveria evoluir com uma normalidade construtiva, com uma tendência ligeirmante positiva. Mas quase tudo dependerá de sexta-feira. De qualquer forma, o final da semana poderá aumentar a tensão e, por isso, debilitar as bolsas europeias, perante a 1ª volta das eleições francesas no domingo 30. O resultado determinará que dois partidos se enfrentarão na 2ª volta no domingo seguinte, quando a tensão será máxima, no caso provável em que a coligação centrista de Macron não seja um deles. Porque o mais provável é um duelo na 2ª volta entre NFP (Nova Frente Popular) e RN (Renovação Nacional). Enquanto isso, Wall ST. Vai evoluir de forma indiferente ao assunto e pendente da força ou debilidade da macro americana que se publica, particularmente do Deflator do Consumo (PCE) na sexta-feira. Sexta será um dia intenso, devido à publicação de indicadores de preços na Europa e nos EUA, para os quais se esperam ligeiras desacelerações. Isto é o mais importante, porque se, efetivamente, a inflação desacelerar, então reforçam-se as expetativas de cortes de taxas de juro e isso reativaria, um pouco mais, bolsas e obrigações. Antes, de segunda a quinta-feira, publicam-se dados macro mais fracos nos EUA e indiferentes na Europa: hoje (10h) IFO alemão (Clima Empresarial) melhor (89,5 vs 89,3), amanhã Confiança do Consumidor americano a deteriorar-se um pouco (100,0 vs 102,0) e quinta a Suécia mantém as taxas de juro em 3,75% (esperamos que volte a baixar em agora, desde os 3,75% atuais, depois de ter cortado em março), enquanto que nos EUA, sairão uns Pedidos de Bens Duradouros medíocres (+0,3% vs +0,6%) e talvez se reveja ligeiramente em alta (+1,5% vs +1,3%) um PIB 1T que foi inesperadamente fraco. É importante este cocktail macro? Não é, de todo. A semana dependerá das inflações de sexta-feira, que poderão animar bolsas e obrigações… se a tensão das eleções francesas não estragar tudo.